Moto 4 | ||
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História
A moto 4 é descrita como sendo um pequeno veiculo motorizado aberto com quatro rodas, destinado para o uso fora da estrada. Este meio de transporte é idealizado para um, ou mais recentemente, para dois ocupantes. A marca Suzuki foi a grande pioneira no campo das moto 4. esta marca apresentou, em 1985, a primeira moto 4 de alta performance, o Suzuki LT250R QuadRacer(caso o link não estje disponível, tente estes, link 1, link 2, link 3 ). Esta moto 4 foi fabricada até 1992, passando por várias modificações. A suspensão sofisticada e o motor de duas cilindradas refrigerado a água foram mantidos, mas durante os anos de 1985 e 1986 a transmissão manual era de cinco velocidades enquanto que entre os anos de 1988 a 1992 foi introduzida uma transmissão de seis velocidades. Em 1987 a Yamaha apresentou a Bansher 350. Esta moto 4 era um modelo pesado e mais difícil de conduzir, no entanto era a preferida daqueles que gostavam de andar nas dunas por ter uma grande potência. A Bansher deixou de ser comercializada nos Estados Unidos no ano 2006. Ainda hoje os vários modelos de moto 4 continuam a ser divididos entre os modelos desportivos e os modelos utilitários. Os modelos desportivos ou de corrida são leves, têm alta potência, uma boa suspensão, um centro de gravidade baixo e a velocidade atinge valores até aos 145 km/h. São modelos construídos para vários tipos de terreno como as pistas de MotoCross, dunas, desertos entre outros. Os modelos utilitários são maiores, possuem tracção às quatro rodas e atingem no máximo os 104 km/h. Estes modelos tem a capacidade de levar em reboques pequenas cargas o que o torna mais popular entre agricultores e caçadores Texto: Marcio Oliveira






Mortes
Estradas portuguesas são as mais perigosas da Europa
Alto do Marão acendam-se 220 velas. Tantas quantas as pes-soas que morreram no IP4, nos últimos 12 anos. Os sinos da Sé de Évora tocarão em memória das vítimas de acidentes. E em todas as igrejas, de todas as confissões religiosas, serão feitas orações em memória dos mortos nas estradas.
No terceiro domingo de Novembro, a Europa celebra o Dia da Memória, efeméride que só há três anos passou a ser assinalada em Portugal, evocada, não por entidades oficiais, mas por grupos de cidadãos preocupados em «travar» a maior taxa europeia de sinistralidade rodoviária.
Na Praça do Giraldo, em Évora, durante o dia será construído um memorial: uma pessoa, uma vara, por cada amigo que ficou no caminho. O simbolismo da vara, usada pelos caminheiros, é associado à busca do caminho que ainda falta percorrer para parar a epidemia do sangue na estrada.
Dados europeus recentes indicam que, por cada um milhão de habitantes, morrem 150 pessoas nas estradas e ruas portuguesas. Apesar do decréscimo da sinistralidade, que tem vindo a ser registado oficialmente, o triste rácioportuguês só é ultrapassado na UE pela Letónia e pela Lituânia. Do lado europeu da segurança, surgem as estradas de Malta (41 mortos, por milhão de habitantes) e da Suécia (59).
Lembramos os amigos, recordamos a falta que nos fazem e rezamos pela segurança dos vivos. Somos todos condutores ou peões.
Em cada milhão de portugueses, 150 morrem em acidentes. Pior só na Letónia e Lituânia
A tortuosa viagem até achar o hospital certo
A situação é dramática: transporte de doentes feito de maneira inadequada, feridos graves a saltar de hospital em hospital antes de chegar ao local certo, equipas de urgência sem formação específica para lidar com situações de trauma. Para alterar este cenário, foi criado no Hospital de S. João, no Porto, o Grupo Trauma - equipa multidisciplinar, presente 24 horas por dia, que aparece na urgência sempre que soa o alarme.
O grupo de trabalho é constituído por especialistas em cuidados intensivos, neurocirurgiões, cirurgiões, ortopedistas, radiologistas e enfermeiros. Tudo para melhorar o atendimento do doente e, sobretudo, poupar vidas. Salvador Massada, do Grupo Trauma, gostaria de ver criada em todo o País uma rede de trauma, que pudesse actuar desde o local do acidente até à reabilitação. Isso mesmo foi proposto ao Ministério da Saúde, em 1999. Sem qualquer resposta. Apenas a Administração Regional de Saúde do Norte mostrou sensibilidade para a criação de uma, na sua área geográfica. Até agora ainda não foi ultrapassada a fase da intenção.
Enquanto isso, os doentes sofrem e, pior ainda, perdem-se vidas. Salvador Massada dá como exemplo do calvário de um ferido traumatizado, num acidente grave ocorrido na auto-estrada, junto a Valença. Como na área não há Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) - este serviço existe apenas em Lisboa, Porto, Coimbra e Algarve -, é socorrido pelos Bombeiros Voluntários de Valença, que o encaminham para a urgência do Centro de Saúde local. Daqui, dada a gravidade dos ferimentos, segue para Viana do Castelo, onde os médicos percebem a necessidade de intervenção de um neurocirurgião. Há que o encaminhar para o hospital de referenciação, no caso, Braga. Chegado aqui, os médicos suspeitam de uma lesão torácica. Perante a falta de um cirurgião da especialidade, o doente é, finalmente, encaminhado para Hospital de S. João, no Porto, para onde deveria ter sido transportado imediatamente após o acidente. Mas legalmente, reconhece Salvador Massada, «não era possível». Com este modelo, lamenta, «perde-se tempo e perdem-se vidas» .
A criação de uma rede de trauma podia inverter a situação, ao permitir definir «qual o trajecto do doente desde o local do acidente até ao hospital». Salvador Massada reconhece que esta nova abordagem seria «um custo que a prazo se transformaria num investimento», na medida em que alguns hospitais seriam preparados para esta área tanto a nível técnico como de recursos humanos. Mais uma vez quem ficaria a ganhar seriam os utentes.
Médico intensivista no Hospital de S. João , Salvador Massada aponta o Vale do Sousa, no eixo Penafiel/ /Valongo, como a região que mais sinistrados encaminha para aquela unidade de fim de linha, devido aos acidentes de motorizada. Outra zona sensível é Viana do Castelo, por causa, sobretudo, aos acidentes em oficinas de pirotecnia. Em muitos casos, refere o especialista, as vítimas são transportadas para o hospital em condições deficientes. «Às vezes nem entubados vêm». «Há sempre uma golden hour» e se esse momento se perde, a vida pode ser irrecuperável.
A preocupação, no S. João, ultrapassada a fase da urgência, está agora na reabilitação, física e psicológica. É preciso apoio para explicar aos doentes que a sua vida não mais será a mesma.
Marcio Oliveira